Durante o carnaval deste ano, houve um arrastão em um condomínio, no bairro de Higienópolis, Zona Central da Capital. O assalto se deu em prédio de classe alta e o que mais chamou atenção foi a maneira com que acessaram o condomínio, sendo veiculado da seguinte maneira: Assaltantes invadem prédio em Higienópolis, bairro de SP, rendem moradores e fazem arrastão. Ao menos 15 assaltantes armados invadiram um prédio residencial no domingo de carnaval, na região de Higienópolis, Centro de São Paulo, renderam os moradores e fugiram após fazerem arrastão em cinco apartamentos. As informações são da Polícia Militar (PM) e da Secretaria da Segurança Pública (SSP). A quadrilha, formada por homens e mulheres não identificados, entrou no condomínio por volta das 10h. Um apartamento no local pode custar até R$ 3 milhões.Para invadir o local, o grupo entrou pela garagem do prédio, depois de render um faxineiro e um porteiro. Os moradores dos apartamentos invadidos foram feitos reféns, colocados no 13º andar do edifício. Fonte: g1.globo.com, de 07 de março de 2019.
Mais uma vez observamos que os bandidos se aproveitaram da fragilidade nas entradas do condomínio para invadirem o prédio. Na entrada de veículos deve-se tomar um cuidado especial uma vez que é um acesso de alta vulnerabilidade nos prédios.
Os funcionários devem ser orientados para, NUNCA, abrirem os portões de veículos identificando-se, simplesmente, os carros ou suas placas e, sim, verificando-se quem está dentro dos mesmos. É aconselhável que os prédios possuam sistema de enclausuramento (duplos portões) e que estes sejam intertravados entre si de forma que somente se abra o posterior após o fechamento do anterior, tudo para se fazer com que os veículos sejam visualizados com maior detalhe além de permitir o acesso de um carro por vez na clausura.
É importante que se adquira controles remotos, do modelo anti-clonagem, e com sistema de identificação de moradores e veículos pela portaria, além de possuir acionamento de pânico em sua botoeira a fim de informar o porteiro qualquer situação emergencial. Tais entradas devem ser monitoradas por câmeras de CFTV além de possuir sistemas de interfonia e controle de acesso informatizado e biométricos no interior do enclausuramento. Para tanto faz-se necessário que tais equipamentos estejam ligados e em perfeito funcionamento a fim de não ser surpreendido por ações delituosas deste estilo. Os gestores dos condomínios devem estar atentos para que a manutenção dos equipamentos não tenham falha, quer seja a preventiva ou mesmo a corretiva, tudo para que funcionem corretamente e de forma que não causem surpresas no momento de necessidade e urgência.
Ao efetuar limpeza externa, o faxineiro deve estar atento a toda e qualquer movimentação estranha, avisando qualquer atitude suspeita aos demais colaboradores, além de se manter todos os portões fechados. Em qualquer movimento suspeito, deve ser acionada a Polícia Militar, pelo telefone 190.
Acrescido a isto, deve-se ter uma seleção e recrutamento eficiente no que diz respeito aos funcionários do condomínio aliado a obrigatoriedade em treiná-los. Muitos síndicos acham desnecessário gastar-se com cursos específicos, buscando-se uma especialização. Ledo engano, pois onde existem pessoas prestando serviços para outras, a única forma de se modificar comportamentos distorcidos é através de um bom treinamento, que deixa de ser um gasto para ser um excelente investimento, visto que o retorno vem através de uma maior qualidade na mão-de-obra de portaria, acarretando com isto um nível satisfatório de Segurança para todos condôminos.
Agindo-se preventivamente é que se poderá minimizar esses riscos e dificultar o acesso daqueles que querem se aproveitar dessas vulnerabilidades e nos fazer vítimas de suas artimanhas.
Fonte: https://condominioemfoco.com.br
JOSÉ ELIAS DE GODOY
Oficial da PMESP, especialista de Segurança em Condomínios e autor dos livros “Manual de Segurança em Condomínios’’ e “Técnicas de Segurança em Condomínios”.