Ficar sem luz é uma situação que todo condomínio gostaria de evitar. Justamente por isso, é cada vez mais comum a presença de grupos geradores em condomínios.
Um equipamento do tipo não é apenas uma mão na roda para evitar a subida de diversos lances de escada. Ele é um fator importante quando falamos de segurança do condomínio.
Apesar de ser considerado um investimento alto para diversos empreendimentos, muitos optam em se planejar para a compra de um. Isso porque o equipamento permite que elevadores, portões, sistemas de segurança, portaria remota, luzes da área comum e, dependendo do caso, até que as unidades disponham de energia elétrica durante um apagão.
Vale ressaltar que, com o aumento do número de condomínios com portarias remotas, esse tipo de equipamento vem sendo ainda mais requisitado no mercado. (veja mais abaixo, nessa matéria, qual o gerador ideal para portarias remotas)
Como funcionam os geradores
Os grupos geradores têm sua potência medida em KVA (kilovoltampere) e, claro, quanto maior for sua potência, mais equipamentos conseguem funcionar ligados ao gerador.
Ele também precisa de combustível – pode funcionar à base de diesel, etanol, biocombustível ou gás natural. Em condomínios, o mais utilizado, atualmente, é à base de diesel.
Geralmente, a opção é por um aparelho que consiga manter luzes das áreas comuns acesas, sistema de segurança, interfones, portões automáticos e um elevador funcionando.
O tempo que o grupo gerador “aguenta” permanecer ligado depende da configuração do equipamento, do consumo do condomínio e do tamanho do seu tanque. O ideal é que o modelo a ser comprado tenha uma autonomia de, pelo menos, 6 horas.
Vale lembrar que os geradores, via de regra, podem ser abastecidos enquanto estiverem ligados, sem problemas.
Abastecimento do gerador
O zelador ou outros funcionários do prédio não devem buscar o combustível no posto para usar no gerador – além de atividade insalubre, isso é contra a lei.
O correto é contratar uma empresa especializada que faça a entrega diretamente no condomínio.
Da mesma forma, não custa lembrar que a estocagem de combustível nas áreas comuns, além de não recomendada, também é proibida por lei.
Qual a especificação ideal do gerador para o condomínio, e quanto custa?
Há grupos geradores de diversos portes. E, claro, quanto mais potente for, mais caro custará.
“Geralmente, um equipamento de 60 KVA consegue suportar um elevador e as luzes das áreas comuns. Já um gerador de 85 KVA pode chegar a levar até três elevadores, principalmente se foram dos modelos novos, mais econômicos”, ensina Eduardo Botelho, proprietário da Skopo engenharia.
No mercado, um equipamento de 60 KVA, carenado e com isolamento acústico, custa, em média, de R$ 40mil a R$ 60 mil. Mas isso pode variar muito, dependendo da marca e do modelo.
O condomínio deve se preocupar também com o cabeamento. Essa parte do processo é cara e pode chegar a custar mais de um terço do preço do produto. Por isso, quanto mais perto estiver do quadro de força, mais em conta será a instalação.
Além dos custos já citados, equipamentos que funcionam à diesel precisam de manutenção mensal. A manutenção anual, que pede limpeza de filtros, é obrigatória para todos os equipamentos.
Aprovação em assembleia
Como o investimento pode ser considerado alto em muitos condomínios, é necessário apresentar o projeto de se colocar o gerador no condomínio para aprovação assemblear.
“Por se tratar de uma obra útil ao condomínio, a aprovação necessária é de maioria de todos os condôminos: 50% mais um”, ensina Rosely Schwartz, especialista em condomínios.
É importante também que, no ato da convocação, já esteja detalhado que esse assunto será posto em pauta.
“Mesmo sendo um investimento grande, instalar um gerador vale a pena para o condomínio. Além de ser um conforto, valoriza o patrimônio de todos”, calcula Rosely.
Escolha da empresa
Antes de escolher a empresa, é importante checar se há engenheiros em seu quadro de funcionários, uma vez que são eles quem irão fazer os estudos sobre qual o equipamento indicado para as necessidades do seu condomínio.
Há uma série de regras, previstas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que a empresa deve seguir para a instalação de geradores com segurança para o local. Em São Paulo, há a lei 15.095, que, desde 2012 obriga geradores a usarem um oxicatalisador, entre outros itens. A peça ajuda a diminuir os resíduos da combustão gerada dentro do equipamento.
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– Local de instalação do gerador
Localização, espaço, barulho, segurança e até poluição emitida, como visto acima, são fatores que devem considerados na hora de estabelecer o local de instalação.
Em média, um gerador de 60 KVA demanda um espaço útil entre 6m² e 9m². À medida que o equipamento tiver mais potência, mais espaço ele ocupa.
Por ser identificado como item de segurança, o gerador deve ficar em um local trancado, onde não haja circulação de pessoas.
O ideal é que fique o mais próximo possível do quadro de força, o que é interessante também para evitar gastos maiores com o cabeamento.
Alguns condomínios optam por instalar na garagem. Mas caso esse espaço também não comporte o equipamento, há modelos específicos que podem ser instalados ao ar livre, na área comum externa, por exemplo. Estes já vêm com proteção (carenados) e isolamento acústico, e devem ficar protegidos e gradeados para evitar o acesso.
O barulho, que é um tema também abordado na lei 15.095 citada acima, também deve ser considerado, pois pode ser um problema e incômodo aos moradores, mesmo o aparelho só emitindo ruídos quando ligado.
Os fornecedores ouvidos informaram que os equipamentos emitem de 75 a 87 decibéis. Por isso, se necessário, a recomendação é optar por modelos que já venham com isolamento acústico. Apesar de mais caros, conseguem abafar consideravelmente o ruído.
– Qual o gerador ideal para portaria remota?
Como falamos no início da matéria, cada vez mais condomínios optam pela portaria remota. Como o abrir e fechar de portões é fundamental com energia ou sem, os condomínios devem se precaver para esse tipo de situação.
“Geralmente indicamos um gerador de 4 KVA apenas para a portaria remota, em condomínios pequenos”, assinala Odirley Rocha, diretor da empresa de portaria remota Kiper.
Ou seja: esse equipamento seria responsável apenas por manter a portaria remota (incluindo os portões) funcionando com segurança, e itens como elevadores e iluminação de áreas não monitoradas não seriam beneficiadas pelo equipamento.
Cristiane Souza, gerente comercial da Gmax geradores, aponta que cada condomínio pode ter uma demanda de energia, mesmo se tratando da portaria remota, e frisa a necessidade de uma boa empresa parceira no cuidado com o gerador – mesmo que de pequeno porte.
“O gerador demanda manutenção mensal, e o condomínio não pode perceber que o equipamento não está funcionando bem no momento em que precisa dele”, pesa Cristiane.
Um gerador desse tipo pode custar a partir de R$ 3 mil, mais a instalação.
Um ponto a ser destacado é o custo da instalação de um gerador. Esse valor varia bastante e depende de itens como a localização do painel elétrico, do cabeamento do local, e de onde o gerador será instalado.
“Pode ser que a instalação fique mais cara que o próprio gerador, ainda mais se for um equipamento apenas para a portaria remota”, argumenta Cristiane.
Já Delson Ferreira Coelho, diretor da empresa White Proteção e Segurança, explica que a grande maioria dos condomínios que contam com o sistema de portaria remota podem contar com um nobreak, ao invés do gerador.
“O nobreak pode suprir as necessidades de energia dos portões e demais equipamentos da portaria remota por até oito horas. Pode ser uma boa opção para muitos condomínios que não sofrem com a falta de energia por longos períodos”, assinala Delson.
Antes de se decidir pelo gerador ou nobreak, porém, o condomínio deve fazer um estudo e verificar quantas vezes ficou sem energia no último ano – e por quanto tempo.
“Dessa forma fica mais simples de se decidir pelo equipamento mais indicado para o condomínio”, argumenta Odirley.
Quem decidir pelo nobreak pode tanto comprá-lo ou alugar o equipamento com a própria empresa de portaria remota.
Fonte: https://www.sindiconet.com.br
Fontes consultadas: Rosely Schwartz, especialista em condomínios e professora da Escola Paulista de Direito (EPD), Nilton Savieto, síndico profissional, Gabriel de Souza, sócio da administradora Prop Starter, Vania dal Maso, gerente de relacionamento da administradora Itambé, Eduardo Botelho, diretor da Skopo Engenharia, Ronaldo Rocha, sócio da G2R, e Jorge Luiz Buneder, presidente da Stemac Gerdores, Odirley Rocha, diretor da empresa de portaria remota Kiper, Cristiane Souza, gerente comercial da Gmax geradores, e Delson Ferreira Coelho, diretor da empresa White Proteção e Segurança